Nova líder do PSB quer equilíbrio nas reformas trabalhista e da Previdência

Partido quer uma modernização das leis brasileiras sem prejuízos aos cidadãos

A nova líder do PSB, deputada Tereza Cristina (MS), disse que vai respeitar as divergências dentro do próprio partido, mas espera que o PSB, como um partido socialista que é, atue de maneira responsável para que seja feita uma modernização das leis brasileiras que não penalize as pessoas.

Defensora das reformas encaminhadas pelo governo, ela disse que os textos serão mudados certamente pelos deputados, e espera que o debate possa dosar o remédio para que “cure sem matar o paciente”.

Tereza Cristina está em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Anteriormente, ela foi secretária de Desenvolvimento Agrário, Indústria, Comércio e Turismo no Mato Grosso do Sul, de 2007 a 2014. Antes de ser escolhida para liderar a bancada, foi vice-líder do governo, e é vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, que representa os interesses ruralistas no Congresso.

Leia abaixo entrevista com a deputada Tereza Cristina:

Quais as prioridades do PSB para este ano na Câmara?
Nós temos várias reformas que serão encaminhadas, e essa é uma prioridade do PSB. Estamos muito atentos a essa fase que vive o País, principalmente ao desemprego, em que a economia do Brasil chegou ao fundo do poço. Uma das principais ações do governo na área econômica é tentar reverter essa baixa na geração de empregos, porque 13 milhões de desempregados é muita gente. E ainda temos dúvidas sobre se esse é o número certo, porque são pessoas que formalmente a gente sabe que estão desempregadas. Fora as pessoas que não procuram emprego e estão subempregadas fazendo os famosos bicos para sobreviver.

Qual o posicionamento do partido em relação à reforma da Previdência?
Realmente existe um rombo, e nós precisamos resolver a Previdência, mas temos de ter um equilíbrio. O PSB, como um partido socialista que é, vai atuar de maneira muito responsável para que tenha uma modernização, mas não penalize as pessoas. E temos o problema da idade das mulheres, que precisamos ver em outros países, analisar bem.

Temos de achar um equilíbrio e dar uma solução, senão os aposentados podem mesmo ficar sem receber. Para que essa força de trabalho que é menor hoje consiga manter essa massa de gente que trabalhou a vida inteira, recolheu seus tributos para a aposentadoria, e tenham todos o direito a ter dignidade para envelhecer de forma tranquila.

Vamos ter muitos debates para que essa Casa possa analisar, discutir e encaminhar da melhor forma possível. Às vezes, é um remédio amargo, que nós teremos de dosar, fazer a dose para não matar, mas curar o paciente.

Que outros projetos e reformas o seu partido elencaria como prioritários?
A reforma trabalhista, porque sem ela o Brasil não tem competitividade perante as outras nações com quem a gente tem comércio internacional, com quem a gente trava acordos bilaterais, enfim, as exportações brasileiras. Hoje, o Brasil está ficando inviável para que os investidores venham, por causa das nossas leis. Foram leis que serviram lá nos anos 60, mas que hoje não são leis que nos dão competitividade. Pelo contrário, hoje elas são prejudiciais, elas até tiram o emprego formal de muitas pessoas.

E temos essa famosa reforma política, que também precisaríamos ousar mais, fazer uma reforma que traga aos políticos a credibilidade que eles precisam, para que a política não seja tão discriminada como ela é hoje. Nós temos aqui boas cabeças e boas pessoas, mas a sociedade hoje criminaliza todos os políticos de maneira geral. Com uma reforma política bem feita, podemos mudar a imagem dos políticos brasileiros perante a sociedade.(Ag. Câmara Notícias) Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

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