Comunidades são capacitadas para operar dessalinizadores de água

Água mineral de alta qualidade está sendo produzida no semiárido baiano. Cerca de 145 comunidades rurais já possuem sistemas de dessalinização, implantados pelo Programa Água Doce (PAD). Os sistemas transformam água salobra de poço em água potável da mais alta qualidade para o consumo humano, além de incentivar a autonomia das comunidades na gestão do mais precioso recurso natural.

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema), responsável pela coordenação do programa, em parceria com a Companhia de Engenharia e Recursos Hídricos (Cerb) e o Ministério do Meio Ambiente, promoveu oficinas de capacitação para operadores de 28 comunidades baianas na terça (14) e quinta-feira (16). Ao todo, cerca de 80 comunidades já receberam a capacitação, ação que visa garantir o funcionamento adequado do sistema, bem como auxiliar e incentivar as comunidades no aprimoramento da gestão da água.

“O Governo da Bahia está atuando em várias frentes de combate e enfrentamento à crise hídrica. O Água Doce tem um papel muito importante porque produz água de qualidade para o consumo, garantindo este direito fundamental a famílias de comunidades rurais com extrema dificuldade hídrica”, comenta o secretário do Meio Ambiente, Geraldo Reis. “Na primeira etapa do PAD na Bahia, foram implantados, até 2016, 145 sistemas, em 26 municípios. Para a segunda etapa está prevista, até 2019, a implantação de mais 150 unidades, em 48 municípios. A previsão total de investimento é em torno de R$ 62 milhões, com recursos do Ministério do Meio Ambiente”, acrescenta.

A comunidade do Rodeador, na zona rural de Juazeiro, no norte da Bahia, abrigou a oficina na última quinta-feira (16), reunindo operadores de 13 comunidades dos municípios de Juazeiro e de Campo Alegre de Lourdes. Outras 15 comunidades de Uauá e Canudos participaram da capacitação realizada na terça (14), em Uauá. “Só quem sabe o que é falta d’água é quem já passou. A água que temos aqui é 100% tratada, vem direto do solo, não tem química nenhuma. O pessoal daqui está muito orgulhoso desse funcionamento”, afirmou Aparecido Tadeu dos Santos, 40 anos, operador voluntário do sistema implantado na comunidade do Rodeador, onde 30 famílias baianas encontram segurança hídrica com o Programa Água Doce (PAD).

Na tecnologia social proposta pelo PAD, cada comunidade desenha a forma de gestão da água. Em geral, é cobrado um valor simbólico de R$ 0,25 por um garrafão de 20 litros de água mineral tratada. O valor cobrado vai para um fundo da própria comunidade, para garantir a manutenção do sistema. “O próprios membros da associação é que fazem a gestão. Aqui, a comunidade tem um nível de organização muito grande. Nosso sistema funciona dias de terça, quinta e sábado, das 8h às 9h. Os operadores cuidam do equipamento e vendem a água nesse horário”, explica o presidente da associação de moradores do Rodeador, Elton dos Santos, 26 anos.

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