Deputadas falam dos desafios para conciliar maternidade e carreira política

Com 51 deputadas, a bancada feminina da Câmara representa só 10% da composição da Casa.

Para marcar o Dia das Mães, deputadas falam dos desafios para conciliar maternidade e carreira política. Com 51 deputadas, a bancada feminina da Câmara representa só 10% da composição da Casa. As deputadas lutam para mudar esse quadro aprovando uma proposta de emenda à Constituição (PEC 134/15) que reserva vagas para mulheres nos legislativos federal, estaduais e municipais.

A deputada Sheridan, do PSDB de Roraima, é mãe de duas meninas, de 16 e 9 anos. Por ter sido mãe muito cedo, Sheridan logo percebeu que não seria fácil atuar como jornalista e investir na carreira. Hoje, ela avalia que as filhas também ganham com a experiência.

“Elas acompanharam sempre a minha dedicação e acompanharam sempre meu compromisso com as pessoas do nosso Estado. A minha preocupação em fazer o melhor, sobretudo, para as famílias carentes do nosso Estado, às mulheres e às crianças, então, essa referência de respeito e atenção ao próximo, elas olham com muito cuidado e entendem a importância para mim, estar fazendo por elas também o que eu faço na política que é defender e ser a voz de milhares que não têm essa oportunidade”

Coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos Humanos das Mulheres, a deputada Ana Perugini, do PT paulista, tem três filhas de 27, 17 e nove anos de idade. Ela reclama da divisão de papéis que relega apenas às mulheres o cuidado com os filhos.

“Esse papel naturalizado que foi destinado às mulheres de serem as cuidadoras, porque o cuidado pertence aos homens e mulheres. Infelizmente, há um retrocesso na educação no nosso país que não vem discutir esses papéis de gêneros para que houvesse esse dom natural das pessoas, de homens e mulheres, para o cuidado distribuído de forma mais equânime, mais justa. Há uma sobrecarga em relação às mulheres e isso precisa ser modificado e a educação tem papel fundamental em relação a isso”

A deputada Pollyana Gama, do PPS de São Paulo, é mãe de uma menina de 17 anos e aponta a necessidade de políticas públicas que deem seguranças às mulheres no trabalho.

“Nós percebemos que a falta de políticas públicas impacta de forma negativa muito maior para as mulheres que precisam do trabalho para que ela faça isso de forma segura, por exemplo, ela vai se sentir muito mais segura se tiver uma escola de educação infantil em período integral onde ela tenha a segurança de deixar seu filho”

A bancada feminina na Câmara negociou regras mais favoráveis para as mulheres na proposta de Reforma Trabalhista aprovada pela Casa e que agora está sendo analisada pelo Senado. Foram garantidas melhores condições de trabalho para gestantes e lactantes, bem como a aplicação de multa às empresas que pagarem salários menores à trabalhadora na execução de atividades equivalentes aos homens.(Rádio Câmara dos Deputados)

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