Escola vai até estudante hospitalizado ou doente em Salvador

Imagine a possibilidade de manter todas as atividades curriculares em dia, sem perder o ritmo das aulas, mesmo estando hospitalizado. Isso já é uma realidade em Salvador. Esse sistema atende mensalmente a cerca de mil alunos, por meio da Escola Hospitalar e Domiciliar Irmã Dulce. Hoje, são 165 estudantes da rede municipal matriculados de forma regular na unidade. Além disso, o atendimento mensal atinge uma média 185 estudantes permanentes de outras redes e até mesmo de outros municípios que realizam tratamento na capital baiana.

No sistema rotativo, para casos de tratamento de saúde de curta duração, registra-se mensalmente cerca de 650 alunos. Em 2015, a escola deixou de ser apenas um programa educacional de inclusão e passou a integrar a rede municipal de ensino de forma regular. Para ingressar no sistema, é preciso que os estudantes estejam internados ou impossibilitados de frequentar a sala de aula. A unidade está localizada no hospital homônimo, que pertence às Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) no Largo de Roma.

A escola conta ainda com uma linha de atendimento para alunos com deficiência, com algum tipo de comprometimento de saúde relativo a cardiopatias e patologias graves, problemas oncológicos e em tratamento de hemodiálise. “O atendimento não se restringe a casos graves, atingindo também crianças com viroses ou patologias menos graves, que tenham realizado pequenas cirurgias ou possuam outros problemas que necessitem de tratamento de curta duração. A ação engloba desde quem passa dois dias como também dois anos internado. Não há uma quantidade limite para o atendimento, pois atendemos alunos da rede e de fora sob os mesmos critérios”, informa a diretora da Escola Irmã Dulce, Tainã Rodrigues.

Equipe e atuação – A equipe da Escola Irmã Dulce é composta por 48 profissionais, entre pedagogos, professores de música e teatro, coordenadores pedagógicos, diretor e vice-diretor. O projeto atende a estudantes da Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e integrantes da Educação para Jovens e Adultos (EJA), e mantém classes em 13 hospitais, quatro casas de apoio, uma casa-lar, além do atendimento residencial que contempla 19 alunos em diversos bairros da capital baiana.

A assistência aos estudantes acontece em hospitais, residências e casas de apoio. Segundo informações da Diretoria Pedagógica da Secretaria Municipal de Ensino (Smed), o trabalho com as classes hospitalares e domiciliares tem por finalidade a inclusão educacional, permitindo a continuidade dos estudos para alunos hospitalizados, com dificuldade de mobilidade e sem condições de frequentar a unidade escolar onde está matriculado. Dessa forma, o trabalho contribui para a diminuição da evasão escolar, fortalecendo, a autoestima do estudante durante o tratamento médico.

Domiciliar – Além da ação nos hospitais, a escola atende de forma individualizada em domicílios, como ocorre há dois anos com o estudante Vinícius Santana, de 4 anos. Ele necessita de internação constante por conta de uma síndrome rara que o torna dependente da utilização de um cilindro de oxigênio, impedindo sua rotina regular na escola normal. Neste caso, são deslocados professores e equipamentos necessários para garantir que o jovem receba toda atenção do programa.

“Quando recebi a notícia de que a escola regular não teria estrutura para recebê-lo, fiquei sem chão. Mas fui informada sobre o programa e estou amando. Ele gosta da professora, participa das aulas, já está aprendendo as sílabas e evoluindo bastante. É como se estivesse na escola mesmo, com exercícios, livros, lápis e borracha”, destacou Patrícia Santana, mãe de Vinícius.

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