Salvador: Vereadores participam de debate sobre projeto Escola sem Partido

O debate sobre o Projeto Escola sem Partido, proposto na Câmara Municipal de Salvador (CMS) pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM), movimentou o Plenário Cosme de Farias, na manhã desta segunda-feira (29). Diversos vereadores participaram da atividade realizada em conjunto pela Comissão de Educação, Esporte e Lazer da Câmara Municipal e pela Comissão Especial da Escola sem Partido da Câmara Federal.

O presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Salvador e proponente do debate sobre o projeto Escola sem Partido, vereador Sidninho (PTN), disse que para a CMS é uma grande oportunidade debater a matéria com os deputados federais que são membros da comissão especial. “É uma pauta polêmica que não cabe nem apresentação no século XXI. Essa proposição cerceia todos os direitos ideológicos do professor. O docente é a autoridade máxima em sala de aula e deve ter amplos direitos”, disse o vereador.
“Nós somos favoráveis ao projeto que garante a escola democrática”, disse o líder da oposição na Câmara Municipal, vereador, vereador José Trindade (PSL).

“Num país democrático com tantas facetas religiosas, culturais e étnicas, a escola tem que preocupar em ser um instrumento de ensino, de formação e se abster desses temas mais setorizados. Assim nós teremos uma escola democrática e evitará que nós cheguemos aos extremismos”, destacou o vereador Maurício Trindade (DEM).
O vereador Toinho Carolino (PTN) também afirmou que o Projeto Escola Livre é melhor para a formação dos jovens “para terem uma visão crítica e analítica dos acontecimentos do nosso país de como se deve comportar nesse meio social numa visão de mudança e não de conservadorismo onde você vai ficar preso a determinados posicionamentos constituídos por pessoas que querem que os outros continuem com uma visão de mundo apequenada”.

A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) disse que a matéria é um retrocesso na formação de valores e cultura. “Uma sociedade democrática não pode conviver com mordaça. Esse projeto conservador quer trazer de volta valores ultrapassados da homofobia e do sexismo. Não se trata de defender partido, não é isso, eles estão apelidando assim para encobrir as verdadeiras posições desse projeto que é o de formar jovens que não tem a capacidade de pensar por si mesmos. É preciso que o professor e o aluno tenham liberdade para formar os seus próprios conceitos. A escola tem que ser livre, crítica e criativa e conviver com todas as correntes de pensamentos da humanidade” defendeu Aladilce.

O vereador Sílvio Humberto (PSB) considerou o projeto simples e totalmente equivocado. “Como você pode querer atribuir os péssimos indicadores que nós temos na educação à tentativa de construção de senso crítico nos alunos?”, questionou o parlamentar.

“Não estamos aqui falando de escola sem partido e, sim, de escola sem debate sobre LGBTfobia, gênero e racismo. Esse é o conteúdo que este projeto quer retirar de sala de aula”, pontuou o vereador Hilton Coelho (PSOL).
Também participaram do debate o vereador Teo Senna (PHS) e os autores das propostas Escola sem Partido, Alexandre Aleluia e Escola Livre, Marta Rodrigues.

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