Aplicativo de coleta seletiva já teve sete mil downloads em pouco mais de um ano

Diante do crescente consumo de aparelhos eletroeletrônicos e, consequentemente, da produção de lixo dessa natureza, a Prefeitura de Salvador tem incentivado a população a fazer o descarte correto desse material. Por meio do aplicativo Coleta Seletiva Salvador – disponível na loja de aplicativos para o sistema iOS e Android – a Secretaria Cidade Sustentável (Secis) mapeou 237 pontos de descarte correto de resíduos, dos quais 11 são de descarte de lixo eletrônico.

Desde que foi criado, em agosto de 2015, o aplicativo Coleta Seletiva Salvador já teve cerca de sete mil downloads, sinal de que muita gente tem se conscientizando sobre a importância de preservar o meio ambiente. Além dos eletrônicos, a ferramenta virtual da Prefeitura indica onde é possível descartar medicamentos, óleo de cozinha, papéis e jornais, pilhas e baterias e produtos que fazem parte da coleta seletiva (papel, plástico, papelão, metal e vidro). Ao clicar no ícone do ponto de entrega do lixo, são disponibilizados o nome, endereço e telefone do estabelecimento.

O recolhimento do lixo eletrônico é feito por iniciativa própria de lojas, centros comerciais e Organizações Não Governamentais, como a Fábrica Cultural, na Vila Ruy Barbosa, Cidade Baixa, que reutiliza componentes, como mouse, teclado, gabinete e monitor, para montar e consertar computadores. O local disponibilizado pela Prefeitura que pode receber os produtos eletroeletrônicos, além de outros tipos de resíduos de grande porte, é o Ecoponto, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 17h, no Itaigara.

Recicláveis – Mensalmente, são produzidas, aproximadamente, 74 mil toneladas de lixo em Salvador, das quais 46% são potencialmente recicláveis. Desde que a Prefeitura implantou Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) na cidade, em 2015, e passou a promover ações de coleta em eventos como Carnaval, Copa do Mundo e Olimpíadas, já foram recolhidas cerca de mil toneladas de resíduos recicláveis. Esse ano, os PEVs já receberam 65 toneladas de materiais do tipo. Esse volume se soma às 158 toneladas de materiais coletados no Carnaval Salvador 2017, durante ação da Secis.

Riscos – A Lei 12.305/2010, que institui a política nacional dos resíduos sólidos no país, diz que a coleta de lixo eletrônico não é uma responsabilidade do poder público. Esse tipo de resíduo deve ser coletado pelas empresas fabricantes. A população tem um papel essencial, nesse sentido, pois precisa se conscientizar e despejar o lixo no local correto. O descarte em local inadequado representa um risco à saúde humana, uma vez que os produtos eletrônicos são compostos por metais pesados, como cádmio, mercúrio, zinco, níquel, cobre, ferro, platina, ouro, prata e paládio.

O professor de engenharia ambiental Paulo Henrique Araújo explica que quando carregados para mananciais hídricos, esses metais com alto potencial toxicológico entram, de alguma forma, na cadeia alimentar humana e causam mutações genéticas, podendo se agravar para o câncer, principalmente de fígado e pâncreas. Conforme o pesquisador, o metal não se decompõe. É um dano irreversível à natureza. Já os demais componentes do computador, como óleos graxos e o plástico levam em média 40 anos para se decompor.

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