Hospital Ana Nery aumenta cirurgias cardíacas em 114% e reduz espera

A espera para uma cirurgia cardíaca na Bahia reduziu de dois anos para até quatro meses, com o aumento de 114% no número de procedimentos realizados no Hospital Ana Nery (HAN), em Salvador, entre 2015 e 2016. No ano passado, 1902 cirurgias foram realizadas, enquanto o ano anterior registrou 885. A expectativa para 2017 é de que este número supere a marca de 2,1 mil.

Entre as causas do aumento estão a inauguração de uma nova sala de cirurgia em 2016, a ampliação do número de leitos pós-operatórios e a melhoria na gestão da unidade. O hospital, que oferece atendimento totalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é referência estadual e responsável por 40% de todas as cirurgias cardíacas na Bahia.

Os problemas do coração podem aparecer de uma hora para outra, como foi o caso de Antônio Roque Argolo Bispo, 55 anos. O motorista estava de férias com a mulher, em uma casa de praia, em janeiro deste ano, quando passou mal. “Voltando da praia, fui subir um morrozinho e desmaiei duas vezes. Procurei um cardiologista, fiquei sabendo qual era o meu problema, dei entrada aqui [no Ana Nery] pela regulação, passei por cateterismo e outros procedimentos e já fiz a cirurgia. Uma operação dessa, pelo que andei pesquisando por alto, não teria saído por menos de R$ 30 mil. Eu não teria a menor condição de fazer em um hospital particular”, afirma Antônio Roque.

Segundo o diretor-geral do Ana Nery, o cardiologista Luís Carlos Passos, além da ampliação do número de cirurgias, o hospital passou a atender os pacientes eletivos e com condições clínicas melhores. “Assim, desafogamos outras unidades e os resultados também são bem melhores, porque os pacientes puderam ser preparados para os procedimentos cardíacos. Com a prática diária, os médicos ainda ficam cada vez mais experientes na cirurgia cardíaca. O hospital se preparou para ter cirurgias cardíacas todos os dias”, explica.

Transplantes

Passos acrescenta que o Ana Nery também realiza transplante cardíaco, pulmonar e renal. “Nem os hospitais privados estão com esses programas de transplante ativos. Isso é um esforço financeiro enorme do Governo do Estado, porque tratam-se de profissionais específicos e insumos caros. Quando captamos um coração, um rim ou um pulmão, o hospital se mobiliza para fazer o transplante, mesmo que seja caro, difícil e complexo”.

Para o diretor médico da unidade, Marco Guedes, os bons resultados são consequência em especial da melhoria na gestão. “Nós preparamos ambulatórios específicos, criamos novas vagas de UTI para o pós-operatório e construímos mais uma sala cirúrgica. Agora, estamos com um projeto que reúne especialistas da área para discutir o melhor tratamento baseado em evidências. Vamos oferecer o melhor tratamento para quem tem realmente necessidade”.

Atendimento

Guedes lembra que o Ana Nery recebe os pacientes por regulação e atende os que são cadastrados na unidade. “Eles têm que passar primeiro por uma avaliação dos problemas básicos nas UPAs e nos ambulatórios. Depois, eles são enviados para cá e direcionados aos ambulatórios especializados, atendendo à regulação do Estado”. O hospital possui 200 leitos – entre os quais 41 são de UTI e 86 de cardiologia – e oito salas de cirurgia.

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