Defesa de Temer diz que denúncia é “armação prejudicial à nação”

Para o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, denúncia é “capenga, chocha, fruto de elaboração mental, de ficção e que só denota a ânsia de ver o País em dificuldade”

O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, responsável pela defesa do presidente da República, Michel Temer, apresentou há pouco em Plenário o que considera “equívocos e engodos” da denúncia do Ministério Público Federal que acusa Temer de ter praticado o crime de corrupção passiva no exercício do mandato.

“Será que isso é patriótico, será que se está fazendo isso em nome da justiça? Que justiça? Que justiça, diante de uma denúncia capenga, chocha, fruto de elaboração mental, de ficção e que só denota a ânsia de ver o País em dificuldades? “, disse Mariz.

O advogado de Temer ainda acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autor da denúncia, de participar de uma “armação extremamente prejudicial à nação” ao apresentar a denúncia com base em “hipóteses e suposições”. “Eles são donos de uma verdade falsa e construída ao seu bel prazer”.

Mariz sustentou que os equívocos foram cometidos, em alguns casos, de forma proposital e, em outros, em razão da má interpretação dos fatos. “Com isso se põe em risco um ano de conquistas de um governo”, disse o advogado, citando números favoráveis da indústria e a queda dos juros e do dólar.

Entre os equívocos, Mariz citou a decisão da procuradoria da República de não propor punição aos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F. “Coloca-se no banco dos réus o presidente e no altar da santidade um criminoso confesso e delator. O que é isso? Em nome de que princípios se toma essa atitude?”, criticou Mariz.

Dúvidas
A defesa de Michel Temer também condenou a tese de Janot segundo a qual o presidente da República teria praticado corrupção passiva por ter recebido dinheiro. “Recebeu de quem? Onde? Quanto? Quando ele recebeu algum níquel? “, indagou.

Mariz ainda colocou em dúvida a suspeita da procuradoria-geral da República que coloca Temer como destinatário final da mala de R$ 500 mil. “Esqueceu-se de colocar o chip ou retiram o chip ao perceber que ela não foi para o destino que queriam”, disse.

A defesa sustentou que o presidente Michel Temer é “um homem com um caráter à prova de qualquer crítica” e que está sendo colocado no banco dos réus “pela vontade de meia dúzia de homens que se arvoraram como messias”.

Mariz finalizou dizendo que é um erro considerar que a denúncia será arquivada caso a Câmara negue a autorização para que o STF processe o presidente. “Em 1 de janeiro de 2019 estará respondendo a essa denúncia em primeiro grau. Se será recebida, eu não sei. Mas não será arquivada se essa Câmara negar a autorização. Será que não se pode esperar um ano e meio? Será que ele tem que ser expulso do Palácio do Planalto porque não se pode esperar um ano e meio?”, questionou a defesa.

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