Nesta sexta-feira, 3 de novembro, completa-se 87 anos que as mulheres passaram a ter direito ao voto no Brasil – no entanto, somente as que fossem casadas e tivessem autorização do marido. Para a vereadora Marta Rodrigues (PT), a data precisa servir de reflexão para mostrar o quanto o machismo foi e é operante no nosso país, que em do Fórum Econômico Mundial, despencou de 86° para 110° posição no subíndice “Empoderamento Político”. A pesquisa foi divulgada na última quinta-feira (2).
“É discrepante a representatividade política no Brasil e isso é reflexo do machismo que impediu por muito tempo o direito da mulher ao voto. Para se ter uma ideia, somente 1934 as barreiras foram totalmente eliminadas. Esse cenário nos faz ter uma grande responsabilidade na luta pelo empoderamento feminino nos espaços de poder”, diz a edil.
Autora da lei que estabelece 50% das mulheres em conselhos municipais de Salvador, Marta aponta que a falta de representatividade feminina na Câmara precisa ser constantemente exposta, com projetos e políticas públicas que abram os espaços de poder para as mulheres. “Somos oito mulheres de 43 vereadores, numa cidade que mulher é maioria populacional. A Câmara dos Deputados tem 51 mulheres de 513 parlamentares. O Senado apenas 13 das 81 cadeiras. E isso também num país que tem 6,3 milhões a mais de mulher. O sistema machista e patriarcal até hoje nos impede de ocupar os espaços de poder, por isso precisamos estar atentas e unidas”, pontua.
Em pesquisa do IBGE de 2014, constatou-se que a população brasileira é de 203,2 milhões de habitantes, sendo 98,419 milhões de homens (48,4% do total) e 104,772 milhões de mulheres (51,6%).
Segundo Marta, o relatório do Fórum Econômico Mundial mostra também que o Brasil caiu do 79º para o 90º no ranking que avalia a igualdade entre homens e mulheres em 144 países. “Mas o que esperar de um governo que apenas 2 dos 28 ministérios são chefiados por mulheres?. Diante de tantos exemplos, tem gente quer ainda nega o machismo no nosso país. A data de hoje deve nos servir de motivação para continuar na luta pelas democracia” dispara.
