“O machismo não pode continuar imperando”, clama vereadora Ireuda Silva em sessão na Câmara

Em sua fala, a republicana disse ainda que “é muito mais do que parabéns, é muito mais do que lembrar de nós no mês de março”

Na sessão desta segunda-feira (12), a vereadora Ireuda Silva (PRB) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Salvador (CMS) para desabafar e denunciar a situação de extrema desigualdade na qual ainda vivem as mulheres na Bahia e no Brasil. Em um discurso inflamado, a republicana questionou as condescendências e homenagens realizadas no mês da mulher, ao passo que, no resto do ano, o gênero feminino precisa lutar com unhas e dentes para ter seus direitos de participação e respeito atendidos.

“No mês da mulher, vemos uma promoção da mulher, um ‘querer’ parabenizar. Mas é muito mais do que isso. As mulheres têm que gritar com uma dor em sua alma. Em quantos dias do ano temos aqui momentos como esse?”, questionou, referindo-se ao fato de as vereadoras ocuparem a mesa na Câmara.

Ainda em sua fala, a edil, que em 2017 concedeu o Prêmio Maria Felipa a mulheres negras de destaque, cobrou políticas públicas face a um quadro em que a mulher ainda ganha menos que o homem e é vítima constante de agressões, assédios e feminicídio.

“É muito mais do que parabéns, é muito mais do que lembrar de nós no mês de março. Queremos ser lembradas sempre. E queremos que as nossas necessidades sejam atendidas. Temos necessidade de políticas públicas. Precisamos que os senhores deem atenção, que entendam que temos capacidade de somar. O machismo não pode continuar imperando. Isso acabou”, disparou Ireuda.

O discurso comoveu todos os vereadores presentes na Casa, a exemplo de Kiki Bispo (PTB), que reconheceu a veracidade nas palavras de Ireuda e pediu desculpas a todas as mulheres.

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